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O Imigrante Internacional de Retorno e a (re) inserção no
mercado formal de trabalho
Carolina dos Santos Nunan♣
Duval Fernandes♦
Palavras-chave: migração internacional; conhecimento; migração de retorno; empregabilidade
Resumo
A migração internacional, dentro do contexto da economia globalizada, tem crescido nos últimos tempos,
refletindo a busca por melhores condições de vida e afetando o mercado de trabalho. No caso brasileiro, a
emigração internacional é considerada “recente”, iniciando-se na década de 1980, revertendo a posição do
Brasil de país recebedor para exportador de mão-de-obra.
Baseado num contexto dinâmico, a condição de retorno está sempre latente, se apoiando na provisório, no
caráter temporário, no sentimento de ilusão e de ausência de identidade. A adaptação existe, mas não a
ponto de destruir o desejo de retorno.
Enquanto perdura a migração há, usualmente, a geração de um investimento, tanto na sua forma monetária
quanto no aspecto individual por meio da experiência adquirida. O recurso financeiro adquirido é,
geralmente, enviado para o país de origem ou aplicado quando do retorno. Na outra ponta há o sentimento
de que o investimento pessoal irá reposicionar o individuo no mercado formal de trabalho. Porem, esta
nova inserção pode ser ilusória frente as reais demandas do mercado.
Nesta realidade, organizações buscam profissionais capacitados e predispostos a enfrentar desafios da
flexibilidade e adaptabilidade, inseridas numa nova Era, constituída pela sociedade do Conhecimento, em
que se valoriza educação formal e experiência de vida.
Considerando estes aspectos, este trabalho buscou identificar junto aos demandantes por mão-de-obra, quais
aspectos são cruciais para reinserção do retornado ao mercado de trabalho. Resultados mostram que, apesar
da importância do investimento pessoal, há clara necessidade de focalização nas atividades exercidas
durante o período de ausência do país, podendo ocorrer “desinvestimentos”, prejudicando a reinserção.
Neste trabalho procurou-se identificar uma relação entre experiência internacional e empregabilidade no
mercado formal de trabalho brasileiro, verificando a relevância de uma experiência internacional perante um
processo de seleção de recursos humanos numa organização.
♣ Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial - PUCMinas
♦ Prof. Adjunto no Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial - PUCMinas
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O Imigrante Internacional de Retorno e a (re) inserção no
mercado formal de trabalho
Carolina dos Santos Nunan♣
Duval Fernandes♦
Introdução
A Imigração Internacional cresceu muito nas últimas décadas, devido ao surgimento da
globalização. Segundo informações divulgadas no Caderno Especial da Folha de São Paulo, em
18/07/1991, cerca de 1,25 milhão de brasileiros teriam deixado o país, sem retorno entre 1985 e
1987, significando uma evasão de quase 1% da população brasileira.
Antigamente, baseando-se no advento do capitalismo, dentro de cada país, as cidades se
transformavam em local hegemônico da acumulação de capital, acelerando os processos de
urbanização e atraindo a população do campo. Essa mobilidade espacial, antes formada apenas
pela migração interna, passou a ser uma migração transfronteira.
As crescentes desigualdades econômicas no mudo têm contribuído de forma preponderante para a
ampliação da migração internacional. Segundo a Divisão de População das Nações Unidas, o
número imigrantes internacionais é da ordem de 190 milhões de pessoas, sendo que 63% destas
vivem em países desenvolvidos. Do total de imigrantes, 25 milhões estão do continente
americano, assim distribuídos: 18 milhões estão nos Estados Unidos, 4 milhões fora da região e
o restante estão em países da América Latina e Caribe. As mulheres já representam mais da
metade destes contingentes.
Segundo o CELADE(Pizarro-2005), os emigrantes representam 4% da população do continente
americano, mas com impactos diversos sobre a população dos países da região. Na América
Latina, por exemplo, os emigrantes do El Salvador representam 14,5% da população daquele
país, enquanto que para o Brasil os emigrantes seriam 0,4% da população.
Apesar da experiência histórica do Brasil em migração internacional indicar um país recebedor de
imigrantes, a partir da década de 1980 tem início um processo de emigração que irá suplantar a
♣ Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial - PUCMinas
♦ Prof. Adjunto no Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial - PUCMinas
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entrada de estrangeiros e imigrantes de retorno. No ano de 2000, segundo Baeninger e Fusco
(2005), 683.830 estrangeiros viviam no Brasil, em sua maioria (213.203) nascida em Portugal.
Estes números estão muito aquém das estimativas sobre o volume de brasileiros vivendo no
exterior. A definição deste quantitativo é extremamente difícil, uma vez que não há dados
disponíveis, tanto sobre a saída de brasileiros, quanto sobre a sua chegada nas localidades de
destino. Baseando-se em dados dos Censos Demográficos de 1980 e 1991, Carvalho (1996)
estimou, utilizando técnicas demográficas indiretas, o saldo migratório internacional na década de
1980, para a população maior de 10 anos. O resultado indicou um saldo negativo próximo de
1.800.000 pessoas. Considerando a segunda metade da década, este fluxo negativo, desta feita
para as pessoas maiores de 5 anos, era estimado em 972.740(Carvalho et al, 2001). Em termos de
distribuição geográfica, mais da metade deste fluxo teve origem nos estados do Sudeste e
representavam 508.507 pessoas. Para períodos mais recentes, como a década de 1990, a aplicação
das mesmas técnicas indiretas é temerária tendo-se em conta as melhorias ocorridas na cobertura
do Censo de 2000, que poderiam subestimar o saldo negativo (Carvalho,2004).
Portanto, no caso brasileiro, a emigração internacional é considerada um fato “recente”, tendo
seu início na década de 80. Sendo que, ao final do século XIX e início do século XX, o Brasil
consolidou seu caráter imigratório, recebendo milhares de portugueses, de italianos, de espanhóis,
de alemães e de japoneses. Reforça o compromisso com a imagem de um país com imensos
territórios disponíveis, com recursos inesgotáveis à espera de braços industriosos que os
arrancassem da terra generosa (VAINER, 1995). É o chamado migration hump, isto é, países
passam de exportadores de mão–de–obra para importadores e vice-versa.
Nos últimos anos, principalmente em 2004 e 2005 o tema da migração internacional vem
merecendo especial destaque. Além da mídia que tem acompanhado os acontecimentos
envolvendo brasileiros no exterior, também o meio político tem mostrado especial interesse sobre
o assunto, levando mesmo à constituição de comissões de inquérito1
. Ao mesmo tempo,
segmentos do legislativo se mobilizam na busca de dar voz aos brasileiros que estão no exterior
ampliando a sua participação no processo eleitoral e pressionando instâncias do executivo para
ampliar e melhorar a assistência a estes brasileiros.
Para Sayad (2000), muitos países podem, segundo a posição que ocupam no plano internacional e
no sistema mundial de relações de força entre países, ser, ao mesmo tempo, e sem contradição,
países de emigração de seus próprios cidadãos que vão imigrar para países mais ricos, e países de
imigração para os cidadãos estrangeiros emigrando de países mais pobres. Essa relação de força é
dinâmica, revelando tendências mundiais, o que afetará a história do povoamento.
Neste contexto, a condição de retorno está sempre latente na essência do emigrante/imigrante. O
retorno é, naturalmente, o desejo e o sonho de todos os imigrantes, é como recuperar a visão, a
luz que falta ao cego, mas, como cego, eles sabem que esta é uma operação impossível (Sayad,
2000).
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Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a Emigração Ilegal – Câmara e senado Federal
Comissão Municipal de Inquérito sobre o Trabalho escravo – Câmara Municipal da Cidade de São Paulo
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Paralelo a este fenômeno, o mercado mundial de trabalho passa por uma revolução. O processo
de globalização, cada vez mais acelerado, sugere mudanças incompatíveis com a oferta e
estabilidade de emprego. O desemprego passa a ser o grande desafio da sociedade, dos governos
e dos dirigentes do mundo moderno.
Como o indivíduo é um ser social, que necessita ser re-inserido na sociedade de origem, sem
poder voltar no tempo e alimentado por uma consciência nostálgica (Sayad, 2000), a experiência
internacional obtida, independente das suas condições de retorno, caracterizadas pelos
sentimentos de fracasso ou vitória, podem ser ou não consideradas como um diferencial perante o
mercado de trabalho formal brasileiro.
O objetivo deste trabalho é investigar uma possível relação entre empregabilidade e migração
internacional de retorno, na qual baseia-se nas novas competências exigidas pela sociedade do
conhecimento.
Referencial Teórico
Migração Internacional
Sob o aspecto teórico, mesmo neste início do século XXI ainda não foi possível estabelecer uma
teoria geral para a migração. Segundo Zlotnik(2003), considerando as múltiplas facetas da
migração, várias disciplinas, ou áreas do conhecimento, vêm aportando contribuições que buscam
explicar a natureza, o desenvolvimento e a gênese de casos singulares de migração. Apesar de
ainda não ser possível contar no campo teórico com uma visão geral e única, há a possibilidade
definir alguns linhas de contribuições que buscam explicar a migração quer seja ela interna a um
país ou internacional.
O aporte teórico dado pela economia para a teoria da migração tem sua primeira contribuição
ainda em Adam Smith e em outros economistas de sua época, que viam como a causa da
migração de trabalhadores as diferenças entre a demanda e oferta de trabalho nas regiões em
estudo. Esta visão indica que, no âmbito da economia, a migração internacional é na realidade um
mecanismo para a redistribuição dos trabalhadores ou seja da população em idade ativa. A visão
moderna desta teoria, também conhecida como macroteoria neoclássica e microteoria
neoclássica, busca a explicação para a migração internacional na relação entre trabalho e capital.
No primeiro caso, a migração ocorre quando há abundância de mão de obra em uma região e com
isto, uma pressão sobre o mercado que leva a redução dos salários. Na outra ponta, encontram-se
regiões onde há pouca oferta de mão de obra e conseqüentemente um salário mais elevado. O
processo migratório tende a transferir trabalhadores de uma região para outra levando a um
equilíbrio dos salários. No aspecto microeconômico, estes mesmo ingredientes estão presentes
mas é a visão da racionalidade individual que determina, frente a outros elementos além do
salário, o movimento migratório. Segundo Soares(2002) não há antagonismo entre a macro e
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microteoria neoclássica, no entanto é importante lembrar que ambas têm limites, uma vez que
não consideram questões ligadas às políticas nacionais e à economia internacional. Além disso, as
hipóteses de partida não são realistas e os efeitos reais da migração de trabalho diferem
sensivelmente dos preditos nestas teorias (Zlotinik, 2003).
As contribuições desta proposta teórica tem grande importância para a explicação da relação
entre desenvolvimento econômico e migração, uma vez que há o entendimento de que o processo
migratório ultrapassa a simples relação da diferença salarial, incorporando às analises as
imperfeições do mercado e a ação governamental.
Em contraposição a visão da escolha racional, hipótese subjacente tanto nas teorias neoclássicas
como na nova economia da migração, a teoria do mercado dual do trabalho( Piorre,1979) postula
que a migração internacional, de trabalhadores de um país em desenvolvimento para um país
desenvolvido, resulta de uma demanda permanente de trabalhadores inerente a estrutura
econômica do país desenvolvido. Vários fatores contribuem para criar esta demanda estrutural
por trabalhadores estrangeiros, a hierarquia profissional e os salários, o tipo de trabalho oferecido
e o desenvolvimento, mesmo em países avançados, de uma economia dual caracterizada pela
coexistência de um setor de forte concentração de capital com outro de forte densidade de
trabalho.
Ainda no âmbito do conjunto das teorias sobre a migração internacional ligadas aos aspectos
econômicos, vale citar a teoria dos sistemas mundiais. Neste caso as relações espaciais entre
países são divididas em zonas compostas de países centrais, periféricos próximos e periféricos .
A natureza das relações políticas e econômicas entre as três zonas, assim como a dos fluxos de
bens e capitais levam a definição dos movimentos dos trabalhadores. Do lado dos países
periféricos a sua inserção no sistema capitalista mundial, cria, por meio das mudanças na
estrutura econômica, um contingente de subempregados e desempregados prontos a emigrar. Do
lado dos países centrais, a demanda não satisfeita por uma mão de obra barata e para a realização
de tarefas específica, muitas vezes de baixa qualificação, criam as condições para o
aproveitamento dos imigrantes.
Ao lado desta visão econômica que indica vários caminhos teóricos e, de alguma forma, coloca- se como dominante, devem ser também consideradas as contribuições da sociologia e das
ciências políticas. Outro campo importante é o da abordagem sistêmica que busca combinar
elementos de migração presentes na experiência dos países de origem e na dos países de destino.
Neste caso, pelo menos três atores devem ser considerados simultaneamente: o país de origem, o
país de destino e o migrante. Vale menção especial, numa visão ampliada desta abordagem, os
estudos que utilizam o arcabouço das redes sociais em especial os trabalhos de Soares(2002) e
Rezende(2005).
Segundo Zlotnik (2003), apesar dos grandes progressos para a compreensão dos mecanismos que
conduzem ao nascimento da migração, do desenvolvimento dos fluxos migratórios e da
identificação das suas inter-relações, ainda falta uma abordagem holística que possa incorporar
não só os principais atores (país de origem, país de destino e migrante) mas também uma série de
situações intermediárias e a interação destes atores no próprio processo da migração e na
formação do fluxo migratório.
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O interesse teórico sobre a migração internacional tem se concentrado sobre três tópicos
principais: i) a origem de fluxos populacionais; ii) os determinantes da sua
estabilidade/continuidade; e iii) a adaptação dos migrantes na sociedade de destino (Weber,
2002).
Migração Internacional de Retorno
Apesar da precariedade das informações sobre o volume dos imigrantes brasileiros, desde o início
da década de 1990 alguns estudos têm procurado conhecer as características dos brasileiros que
vivem em outros países. Estes trabalhos, foram desenvolvidos nas áreas onde os brasileiros estão
mais presentes e por esta razão tiveram os Estados Unidos como área inicialmente privilegiada
(Sales-1992;Goza-1992). Ainda sobre a migração para este País, dois trabalhos merecem
destaque: o de Sales(1999) que apresenta um quadro dos imigrantes brasileiros na região de
Boston e outro, mais recente, de Martes(2004) retrata a situação de brasileiro vivem no estado de
Massachusetts. Neste último, é apresentada a comparação de dois momentos -19962
e 2004- e a
evolução de algumas características dos imigrantes. Quanto à idade, nos dois períodos, a maioria
dos brasileiros que mora naquele estado tinha menos de 35 anos de idade. Em relação ao nível de
escolaridade, houve entre 1996 e 2004 crescimento do número de pessoas com maior grau de
escolaridade, isto é, 3o grau completo, Segundo a autora, seria uma clara indicação de que os
emigrantes brasileiros são super-qualificados para as ocupações que conseguem exercer nos
Estados Unidos. As razões da emigração estavam ligadas a problemas financeiros e a busca de
melhores salários. Em 1996, 18% dos emigrantes pesquisados colocaram estas questões como o
motivo mais importante para sair do Brasil. Em 2004, estas razões foram alegadas por 60% dos
entrevistados. A acumulação de renda para aquisição de bens no País natal era o objetivo
explicito da emigração para 13% dos entrevistados, nos dois momentos estudados. A
possibilidade de retorno ao Brasil estava presente para a maioria, tanto em 1996, como em 2004.
Acima de 80% pensavam em voltar ao País.
O imigrante antes de nascer é um emigrante e apresenta dupla contradição no seu estado de
“estrangeiro”: um sentido provisório que se gosta de prolongar, indefinidamente, ou se trata de
um estado mais duradouro, com um intenso sentimento de provisoriedade (Sayad, 2000).
O migrante é aquele que, ao se deslocar espacialmente, encontra-se num espaço contraditório de
provisoriedade subjetiva, onde há o desejo de retorno e de permanência real e efetiva, no qual
existe a necessidade de prolongar sua estada, surgindo um contexto sócio-cultural específico,
como salienta Eliane Vianna (1998). A própria mudança espacial neste contexto implicaria uma
mudança temporal, na qual o acontecimento “migração” demarcaria o presente, o passado e o
futuro. A identidade do migrante estaria ligada a essa temporalidade, permitindo um sentimento
de familiaridade interligando passado, presente e futuro. A sensação de provisoriedade
funcionaria como uma “âncora” que lhe permitiria sobreviver longe (espacialmente) de sua
história, de suas crenças, valores, costumes, enfim, de tudo que lhe era conhecido, familiar, mas
1
Informações mais completas sobre o levantamento de 1996 podem ser encontradas em Martes-1999.
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que agora está afastado. Pensar na possibilidade, mesmo que remota, de seu retorno lhe permitiria
assegurar-se como indivíduo numa sociedade estranha.
A provisoriedade se somará ao caráter descontínuo do tempo, aponta Denise Rollemberg2
. O
estrangeiro vive neste espaço de transição. A transitoriedade, marca do momento inicial do exílio,
dificultará a adaptação e a organização da vida: trabalho, moradia, relações sociais e afetivas,
tudo terá contornos imprecisos e frágeis.
Haesbaert (2001), cita o fenômeno da “desterritorialização” do migrante, como quatro
perspectivas: uma, que parte da noção de território, como dimensão físico-econômica da vida
humana; outra, que vê o território como base de ordenamento político da sociedade; uma terceira,
que parte da idéia de território como espaço de identificação cultural; e uma quarta, a mais
totalizadora, que vê o território como uma espécie de “experiência integral” do espaço pelos
grupos sociais.
A dimensão físico – econômica refere-se ao território como fonte de recursos e como abrigo. Já
alguns autores preferem tratar o território priorizando a concepção política. Para o geógrafo
alemão Ratzel (1988), o território é enfatizado como domínio do espaço e, conseqüentemente,
por meio deste domínio, um domínio dos homens e das relações sociais que aí se reproduzem.
Pelas fronteiras pode-se controlar os acessos, (re)classificar grupos e realocar recursos. Para o
geógrafo Robert Sack, o território pode ser definido como a tentativa, por um indivíduo ou grupo,
de atingir, influenciar ou controlar pessoas, fenômenos e relacionamentos através da delimitação
e afirmação do controle sobre uma área geográfica.
O território, visto nesse sentido sob um ponto de vista político-disciplinar, é, antes de tudo, o
espaço da cidadania, dos direitos socio-políticos básicos. O migrante “indocumentado”,
“ilegalmente” situado num país distinto do seu, é, nessa perspectiva, um indivíduo
desterritorializado, no sentido político das garantias mínimas asseguradas no interior do território
do Estado-Nação.
Na terceira abordagem, vê a desterritorialização, antes de tudo, como perda de um território em
seu sentido simbólico, na identificação que os grupos sociais desenvolvem a partir de um
determinado espaço de referência. Dependendo do grupo social, sabemos que a territorialidade é
fundamental para a manutenção da coesão do grupo. Os geógrafos Bonnemaison e Cambrezy
(1996) afirmam que “o território não diz respeito apenas à função ou ao ter, mas ao ser” e “o
território cultural precede o território político e com ainda mais razão precede o espaço
econômico”.
2
Professora adjunta de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense,
autora do livro Exílio: entre raízes e radares. Rio de Janeiro: Record, 1999.
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Pode-se falar, então, de um migrante “desterritorializado” no sentido cultural ou simbólico, na
medida em que, destituído de seu lugar e suas paisagens de origem, ele se vê destituído também
de valores, símbolos, que ajudavam na construção de sua identidade. Sayad (1990) fala das
“geografias imaginárias” que as pessoas levam consigo, ou seja, não é necessário que um
indivíduo compartilhe concretamente de um território para que este “imaginário geográfico”
tenha eficácia. Mas tende a haver uma mudança qualitativa nos referenciais de identidade
territorial quando se deixa um local, uma região ou um país.
Por fim, o migrante pode ser visto como um “desterritorializado”, no sentido da perda de uma
experiência total ou integrada do espaço, fruto sobretudo, dos processos de exclusão
socioespacial que ele sofre.
A emigração, geralmente, é vivida na dor, uma dor compartilhada pelos que partem e os que
ficam e, além disso, o emigrante sempre será tratado como uma força de trabalho provisória,
temporária, em trânsito, por mais que fique toda vida no país. Segundo Sayad (1998), a condição
imigrante é constituída por uma contradição: provisório-permanente, a situação de provisoriedade
ilusória que jamais se afirma permanente, mas que pode durar indefinidamente. Os indivíduos
quando emigram, se expõem à situação de exclusão, chegando a sentirem sua existência
dilacerada e a perderem o sentido da vida. Com isso, vem à tona, uma situação limite: sua in- existência e incapacidade social.
Para a psicanálise (cf. Ferreira, 2000), a estranheza provoca a desarticulação do eu e assim, o
surto psicótico no migrante recente é entendido como o desdobramento das vicissitudes do
deslocamento, pois este implica a perda do espaço de referência e a incerteza com qual o sujeito
se defronta. Experiência esta que aumenta os temores, que vão tomando uma conotação
persecutória, levando a uma atitude de desconfiança generalizada e ao sentimento de inquietude.
Diante a sua ausência do país de emigração, surge, então, um sentimento de culpa, de cobrança
em si mesmo, tentando agradar ao grupo social que deixou para trás. Presença e ausência se
entrelaçam, ou seja, ausenta-se, fisicamente e está presente, mentalmente. Existe, de forma
constante, uma suspeita de traição, fuga e der renegado.
A adaptação deve existir, mas não a ponto de destruir o desejo referencial de retorno. Por isto, a
adaptação, às vezes, é vista com desprezo. Ela significaria a renúncia do país de origem. Em
geral, trata-se de um processo penoso, agravado pelas carências materiais, pelo desconhecimento
da língua, da cultura e dos trâmites burocráticos.
Será no campo simbólico ou das representações que o migrante poderá se “segurar”, a fim de
manter um mínimo da territorialidade perdida no decorrer do seu deslocamento espacial. Sobram
sempre “geografias imaginárias”, defendidas por Sayad, que juntamente com outros elementos
constituidores de sua cultura, podem ser revividos/rememorados reconstituindo assim a
identidade do migrante, enquanto grupo.
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novo perfil do profissional representado por um conjunto de competências que as pessoas
adquirem através da educação formal, mas, também de sua própria experiência de vida.
As inovações organizacionais subverteram este modelo trazendo formas mais participativas,
integradas, grupais, descentralizadas, autônomas, envolventes e flexíveis (Machado, 1994).
Surgem assim, os trabalhadores do conhecimento (Drucker, 1994). Para estes, as exigências
saem do escopo de saber como fazer, para saber porque fazer. A formação profissional passa,
então, do simples adestramento (treino para operação) para o desenvolvimento sistemático das
habilidades reunidas sob o nome genérico de competências.
O perfil do profissional da sociedade da informação e do conhecimento pode acrescentar
inúmeras variáveis, como por exemplo: domínio da tecnologia, domínio de línguas estrangeiras,
saber trabalhar em equipe, valorização dos aspectos cognitivos, atitude empreendedora, cultura
ampla, domínio de informação cultural do seu país e de outros povos, profissional multi- especialista, habilidades interpessoais, comunicação oral, saber ouvir, liderança, muita leitura,
flexibilidade e adaptabilidade, predisposição para a mudança, ética, etc.
Portanto, a valorização do homem como ser integral, com suas razões e emoções, de um homem
reflexivo, qualificado tecnicamente e ao mesmo tempo, ético, possuidor de uma visão holística,
capaz de se adaptar em ambientes diferentes, é o perfil exigido para a Era do Conhecimento.
A Gestão do Conhecimento é o conjunto de processos e meios para se criar, utilizar e disseminar
conhecimento dentro de uma organização. Portanto, o conhecimento é o maior e mais importante
ativo na organização.
Para a Gestão do Conhecimento as competências são essenciais e estas podem ser divididas em
conhecimento, habilidades e atitudes. Entende-se por competência, segundo Sveiby, autor de
renome no campo do capital intelectual, o estado, ou qualidade de estar adequadamente, ou bem
qualificado para desempenhar uma tarefa. Vem da Educação (desenvolvida), do Treino
(desenvolvido), da Experiência (adquirida), e das habilidades naturais (natas).
Dentro da perspectiva da empregabilidade das pessoas, competitividade e sustentabilidade das
organizações, as habilidades de Gestão do Conhecimento devem ser valorizadas na Gestão de
Recursos Humanos, principalmente, no que diz respeito a recrutamento e seleção e políticas de
promoção, como princípios estratégicos.
Para Sveiby, o recrutamento de novos empregados é a decisão de investimento mais importante
de um gerente e talvez a sua ferramenta mais estratégica. O recrutamento de novas pessoas numa
empresa do conhecimento pode ser o equivalente ao investimento em novas máquinas de uma
empresa industrial.
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As organizações, inseridas na Gestão do Conhecimento, passam a reformular os seus processos
seletivos na intenção de contratar pessoas não só com habilidades ou competências tradicionais,
mas principalmente com capacidade para aprender, ensinar, desenvolver-se e de criar
conhecimentos novos. (Porfírio, 2004)
Nesta realidade, o Jornal Estado de Minas, do dia 27/08/05 (Caderno de Empregos), apresentou
uma reportagem sobre as competências valorizadas no mercado de trabalho, nas quais se
encontram: capacidade empreendedora, capacidade de trabalhar em equipe, capacidade de inovar
e criar e capacidade de liderança.
Apoiando-se nesta idéia, presume-se que a experiência internacional adquirida seja um
diferencial ao novo perfil exigido pelas empresas, visto que possibilita o desenvolvimento dessas
competências e que este fato seja um fator decisivo no momento da seleção de pessoas, tornando
a migração internacional um investimento valioso na carreira profissional.
Pesquisa
A pesquisa desenvolvida teve duas fases contendo os seguintes instrumentos de pesquisa,
respectivamente: questionário fechado e entrevista.
A primeira fase foi desenvolvida com o apoio do banco de dados da FIEMG – Federação das
Indústrias do Estado de Minas Gerais, totalizando 625 empresas, dentre prestadores de serviços à
indústria.
A FIEMG é uma entidade sindical, patronal de 2.o grau, fundada em fevereiro de 1933, que
representa os interesses da indústria mineira.
A escolha pelo banco de dados da FIEMG justificou-se pela Pesquisa de Emprego e Desemprego
na Região Metropolitana de Belo Horizonte, realizada pela Fundação João Pinheiro, nos anos de
1996/2004, apresentado o setor de atividade “Indústria de Transformação” como o setor que
apresentou a maior queda de desemprego.
Em posse do banco de dados, foi enviado, via internet, um formulário contendo as questões
fechadas sobre o trabalho, com o intuito de levantar, tabular e analisar os dados recebidos.
O prazo estipulado para o retorno dos questionários foi de 15 dias.
A segunda parte da pesquisa contou com a participação de cinco empresas prestadoras de
serviços em Recursos Humanos e uma grande indústria multinacional de alimentos, todas com
sede em Belo Horizonte – Minas Gerais.
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Busca-se estabelecer um diálogo entre a realidade e a teoria. Como característica citada por Lima
(1999), têm – se a ênfase na interpretação sobre as concepções dos agentes, a consideração do
contexto na busca de integração de informações que tenham sentido como conjunto, o caráter
processual da pesquisa que valoriza o avanço na reflexão sobre os dados, o exame de
documentos, a realização de entrevistas e a implicação do pesquisador na pesquisa e seu contato
direto com os fenômenos organizacionais.
Uma das razões para a pesquisa refere-se ao fato de ele possibilitar o exame de uma situação
contemporânea dentro do seu contexto, em que os seus limites não estão claramente definidos
(YIN, 2001). Isso significa, em outras palavras, que o objeto de interesse do pesquisador e o
contexto no qual esse objeto está inserido são difíceis de serem analisados separadamente.
Os profissionais entrevistados eram os responsáveis pelo recrutamento e seleção de organizações
de pequeno, médio e grande porte.
As entrevistas foram gravadas, duraram uma média de 30 minutos e tiveram o questionário
enviado às empresas na primeira fase da pesquisa como roteiro.
Todas as entrevistas foram iniciadas explicando o objetivo da pesquisa, visando tornar o
entrevistado mais envolvido e ciente do tipo de informação requerida, além de dirimir quaisquer
dúvidas quanto à aplicação e confidencialidade das informações obtidas, expressando o
compromisso com a qualidade do trabalho.
Essa estratégia propiciou maior nível de interação com o entrevistado, dando um caráter mais
informal à entrevista e, conseqüentemente, maior colaboração no fornecimento de informações
mais detalhadas, inclusive sobre uma suposta vivência que refletisse o objetivo da pesquisa.
Dentre as empresas prestadoras de serviços em recursos humanos, quatro possuem abrangência
nacional e apenas uma, uma atuação apenas estadual.
Todas as empresas participantes recrutam profissionais em diversos níveis, ou seja, níveis
operacional, tático e estratégico.
Já a filial mineira da industria de alimentos recruta profissionais até o nível tático, pois o nível
estratégico é recrutado e selecionado pela matriz norte americana.
RESULTADO DA PESQUISA
Na primeira fase da pesquisa, dentre o universo utilizado, obteve-se o retorno de apenas 7%,
sendo que:
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3⁄4 algumas empresas alegaram que não possuiam uma área de recursos humanos
estabelecida para que pudessem direcionar o questionário, justificando não estarem aptas
a respondê-lo;
3⁄4 a grande maioria da empresas se absteve de responder, sem nenhuma justificativa
explícita.
Na segunda fase, as entrevistas geraram alguns pontos que merecem destaque:
3⁄4 a experiência de vida é sempre valorizada, independente de ter sido no próprio país ou em
outro;
3⁄4 dentre as competências básicas requeridas, atualmente, todas as empresas as consideraram
essenciais para o perfil exigido, são elas: formação acadêmica, conhecimento técnico,
experiência, capacidade interpessoal, adaptabilidade, comprometimento, criatividade,
iniciativa, liderança, controle emocional e disposição;
3⁄4 as competências possuem um peso diferente quando considerados os níveis hierárquicos;
3⁄4 as competências contemplam habilidades técnicas e pessoais/comportamentais;
3⁄4 a valorização da experiência internacional varia de acordo a empresa, pois algumas
apresentam visão ampla, outras uma visão mais restrita;
3⁄4 a experiência internacional é mais valorizada para o nível estratégico, considerando a
adaptabilidade e network;
3⁄4 as competências possuem um peso diferente quando considerado o fenômeno da
regionalização, isto é, as empresas demandantes de mão-de-obra de uma região mais
desenvolvida considera mais a experiência internacional do que as empresas das regiões
menos desenvolvidas;
3⁄4 caso a pessoa tenha tido uma experiência profissional internacional na mesma empresa
existente no país de origem, ela se diferencia dos demais candidatos;
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3⁄4 a experiência internacional é bastante valorizada desde que o emigrante não perca o foco
de mercado, o objetivo, sempre vinculado à atividade deixada no país de origem ou a uma
perspectiva diferente;
3⁄4 o grande desafio do migrante de retorno é a re-adaptação ao país de origem;
3⁄4 o motivo do retorno é importante, uma vez que ele esteja relacionado com o objetivo da
ida;
3⁄4 o sentimento de vitória ou fracasso no momento do retorno é considerado, juntamente
com outras informações sobre o candidato;
3⁄4 houve contradições entre as empresas quanto a existência de empecilhos para contratação
de um emigrante deportado;
3⁄4 os países de destino possuem importância, não pela simples localização ou cultura, mas
pelo o que representam para o foco da viagem, por exemplo: contato com a medicina
oferecida por Cuba;
3⁄4 a atividade exercida em determinado país é mais importante do que o país propriamente
dito;
3⁄4 o conhecimento de uma língua estrangeira é quase que um pré-requisito para a
contratação, porém a vivência internacional não garante o aprendizado, sobrepondo-se à
um candidato que tenha estudo outra língua sem ter saído de seu país;
3⁄4 houve contradições entre as empresas quanto à possibilidade de se desenvolver
competências, através de treinamentos e conhecimentos adquiridos;
3⁄4 mesmo vivenciando mantendo uma atividade regular no país estrangeiro, por um período
mais lento, o profissional é considerado excluído do mercado de trabalho, por ter se
distanciado do seu foco;
CONCLUSÃO
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A experiência internacional é bem vista e na maioria das vezes, é valorizada, porém existem
variáveis que interferem na sua capacidade de se tornar um diferencial competitivo no mercado
formal brasileiro.
Ter contato com uma cultura diferente, pessoas diferentes, hábitos e ambientes diferentes é
sempre positivo, considerando o desenvolvimento pessoal. Porém, o fato de uma pessoa ter
vivido uma experiência em outro país não lhe garante uma colocação no mercado formal de
trabalho brasileiro, no momento do retorno.
Esta experiência irá agregar valor a outras competências que o candidato já possui ou que foram
desenvolvidas ao longo do tempo, durante o período da emigração.
Toda a experiência adquirida só terá significado se a própria pessoa tiver consciência deste ganho
e conseguir enxergar uma evolução em termos de competências pessoais e comportamentais,
como: capacidade de adaptação, relacionamento interpessoal, controle emocional, iniciativa e
disposição.
Dentre as variáveis que interferem na valorização da experiência internacional, a mais relevante
concentra-se no foco, objetivo que se busca alcançar através de uma experiência em outro país. O
foco é importante no momento da ida e do retorno, pois está intimamente ligado ao sentimento de
fracasso e vitória.
A atividade executada é essencial na análise e terá peso relevante na carreira profissional, mais
relevante ainda se a atividade exercida no país estrangeiro for similar àquela executada no país de
origem. Quando as atividades não são similares, nem sempre a experiência adquirida é
valorizada, a ponto de se tornar um diferencial, pois há grande risco de perda do foco.
A valorização da experiência internacional estará sempre vulnerável ao perfil exigido pelas
organizações, a ponto de se diferenciar de acordo com o seu porte, sua cultura, sua abrangência e
sua localização.
A migração internacional será considerada como um investimento, na medida em que o ganho
percebido for superior ao ganho esperado, descontado todos os custos, sejam eles monetários ou
psicológicos, intangíveis.
Portanto, existe uma forte relação entre a experiência internacional e empregabilidade no
mercado brasileiro formal, desde que a experiência vivida agregue valor, de forma técnica e
comportamental, à atividade anterior ou a uma nova atividade, justificada por uma mudança
estratégica de foco.
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