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“E a ilha desconhecida fez-se ao mar...”
Venho apresentar o
livro “O conto da ilha
desconhecida” da autoria
de José Saramago. Este
livro fala de um homem
que estava à procura da
ilha desconhecida.
Certo dia, um homem
foi até ao palácio do rei,
bateu à porta e disse
“quero falar com o rei.” A
mulher da limpeza dirigiu- se ao primeiro-secretário e
disse-lhe o que se passava e esse dirigiu-se ao segundo e assim sucessivamente até
chegar ao rei. Este, para transmitir a resposta, dirigiu-se ao primeiro-secretário, que se
dirigiu ao segundo e assim sucessivamente até chegar à mulher das limpezas.
A mulher das limpezas informou o homem que o rei estava muito ocupado na porta
dos obséquios, então o homem decidiu deitar-se à frente da porta das petições até
que o rei fosse falar com ele. Quando o rei decidiu ir falar com o homem perguntou- lhe o que estava ali a fazer e o que queria. O homem respondeu que queria um barco e
estava à procura da ilha desconhecida. O rei perguntou: “E que ilha é essa que eu não
conheço?” E o homem respondeu: “Se eu to pudesse dizer então não seria ilha
desconhecida.”
O rei deu-lhe o barco e o homem foi à procura de “marinheiros” e partiu com a
mulher da limpeza para esta aventura (a mulher das limpezas tinha abandonado a
porta das petições, pois não gostava do seu trabalho e estava farta de estar no reino e
saiu pela porta das decisões, pois decidiu dar outro rumo à sua vida).
Será que eles vão encontrar a ilha desconhecida? Ou será que esta viagem à procura
da ilha desconhecida simboliza a viagem que nós fazemos no nosso trajeto de vida,
enfrentando o desconhecido? Bom, isso deixo com vocês, mas antes de terminar a
minha apresentação, vou partilhar algumas expressões de que gostei muito e sei que
também vão gostar.
“Tinha-lhe desejado felizes sonhos, mas foi ele quem levou a noite a sonhar...”
Gostei muito desta expressão porque eles já gostavam um do outro e o homem estava
a demonstrar carinho e amizade pela mulher da limpeza.
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Outra expressão que adorei foi: “Pela hora do meio-dia, com a maré, a ilha
desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma.” Isto significa que a ilha
desconhecida não existia, e que, para nos conhecermos, temos de nos abrir, sair de
nós.
“... e tem cuidado com as gaivotas, que não são de fiar,...” a mulher da limpeza disse
isso ao homem porque as gaivotas já a estavam a chatear.
“Dá-lhe o barco, dá-lhe o barco.” Disse a multidão pois estavam espantados com a
coragem do homem e queriam que ele tivesse o barco.
Aconselho a leitura deste livro extraordinário!
Mafalda Vicente, n.o 13, 6oD